Diário de bordo 22/08...

Sexta larguei mais cedo do trabalho, almocei com a Sabrina e fui para Porto Belo. Peguei uma carona até o barco com o João vigia. Arrumei as coisas a bordo e sai com a mestra em cima com vento sudoeste, velejei rumo Itapema curtindo a tarde de sexta quando notei que uma das talas tinha se soltado ficando com boa parte para fora da vela, fiquei com medo que ela caísse na água sendo praticamente impossível o seu resgate, mas segui velejando de olho nela. Quando a tarde estava caindo resolvi ir para o nosso velho e bom local de descanso, o caixa d’ aço. Entrei lá com vento bem forte no motor e com a vela já abaixada, aproando no vento com tranqüilidade para pegar uma poita que estava vaga, desliguei o motor mas perdi a fisgada com o croque e o vento começou a me empurrar para cima de outro veleiro, minha atitude na hora foi de abrir o paiol, pegar o ferro e soltar rapidamente, o que amenizou um pouco o pepino, pois o vento mesmo assim me arrastava de ré devido a pouca quantidade de caboo que larguei, fui controlando no leme entre o veleiro e o bar flutuante, quando passei esses obstáculos entrei na cabine e dei partida no motor que funcionava só na menor velocidade que mais tarde descobri que a espia do acelerador estava trancando, contornei o bar flutuante e fui indo como dava até o outro lado onde larguei ferro para pernoitar. Depois do susto resolvi fazer algo de útil a bordo, uma geral no motor. Limpei e lubrifiquei o filtro de ar, na entrada de água em cima tinha ferrugem e zinabre se acumulando, removi com uma espátula e lubrifiquei com spray, limpei a casa de máquinas como a muito tempo não era feito, o motor ficou com outra cara. A noite a marinha passava no rádio aviso de vento sudoeste força 7, logo vi que a noite seria tumultuada. Quando comecei fazer a janta o Eric do veleiro Trylim apareceu de bote e com uma garrafa de vinho naquela ventania. Ficamos conversando e depois fomos lá conhecer o veleiro dele, um Bruce Roberts 38 de aço, uma verdadeira nave que ele mora a bordo. Voltei para o barco e fui dormir, o barulho do vento assustava e as 2h e 30min ele parou, foi quando consegui dormir. De manhã cedo chegaram os amigos Cezar e Gean, fomos velejar e depois comemos um churrasco fechando o sábado com chave de ouro. Abraço e BV.